04/10/2011

A CAGADELA...

Quem já teve uma dor de barriga, sabe como é... esta é uma simples história que poderia ter acontecido contigo...

Tenho um pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma cagadela não aliviasse. Mas, atrasado para ir trabalhar do outro lado da cidade, de onde deveria estar as 09h00, resolvi segurar as pontas, afinal de contas, são só uns 15 minutos de viagem.

Ao chegar lá, tenho tempo de sobra para dar uma cagadela tranquilo. Entrei no carro, senti a primeira contracção e tomei consciência de que a minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no W.C. do aeroporto.
Subtilmente , senti o cagalhão a beliscar as minhas cuecas, mas pus a força de vontade a trabalhar e segurei a onda. O carro nem tinha começado a andar quando para meu desespero, uma voz disse pelo radio:
- Transito lento no Túnel do Grilo , devido ao muito trânsito, a minha viagem até ao aeroporto levará cerca de 1 hora.
Aí o cagalhão ficou maluco e tentou sair a qualquer custo! Fiz um esforço hercúleo para segurar o comboio de merda. Suava em bica. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais indicando que, pelo menos por enquanto, as coisas tinham-se acomodado por ali. Tentava-me distrair vendo a paisagem mas só conseguia pensar numa casa de banho com uma sanita, tão branca e tão limpa que daria para almoçar nela! E o papel higiénico então: era branco e macio e com textura e perfume e... Oops!
Senti um volume almofadado entre o meu traseiro e o assento do carro e percebi consternado que me havia cagado. Um cocó sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar para os amigos e parentes e convidá-los a apreciar, na sanita, tão perfeita obra! Daria até para a expor no CCB! Mas, sem dúvida, não neste caso.

Que se lixe, limpo-me no aeroporto, - pensei - pior do que estou não fico. Mal o carro entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na banco, mas não pude evitar, e sem muita cerimónia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Desta vez como uma pasta morna.

Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e lambuzando o cu, cuecas, barra da camisa, pernas, calças, meias e pés. Logo a seguir, mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fofo do freguês ao sair rumo à liberdade. E, no instante seguinte, um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar... afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado??

Já o peido seguinte foi do tipo que pesa e eu caguei-me pela quarta vez. Lembrei-me de um amigo que, certa vez, estava com tanta caganeira que resolveu pôr um penso higiénico nas cuecas, mas colocou-o com as linhas adesivas viradas para cima e, quando quis tirá-lo, levou metade dos pêlos do rabo junto. Mas, era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia ajudar-me a limpar a sujeira. Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos, supliquei para que a WC estivesse vago, corri para a casa de banho e entrando de porta em porta, constatei a falta de papel higiénico em todas as cinco portas. Olhei para cima e blasfemei:
- Agora chega, Pá!!

Entrei na última porta, mesmo sem papel, e tirei a roupa toda para analisar a minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) Desesperado, comecei a analisar quais das minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. As minhas cuecas, mandei-as para o lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis, assim como as minhas meias, que mudaram de cor tingidas pela merda. Aos meus sapatos dava-lhes nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria que improvisar. A invenção é filha da necessidade, então transformei uma simples casa de banho pública numa magnífica máquina de lavar. Virei as calças do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água. Comecei a dar ao autoclismo até que o grosso da merda se desprendeu. Estava pronto para ir a casa mudar de roupa . Sai do banheiro e atravessei o aeroporto em direcção ao carro trajando sapatos sem meias, calças vestidas do avesso e molhadas da cintura até ao joelho (não exactamente limpas) e uma camisa no mesmo estado. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.

Quem é que nunca teve uma cagadela…..!!!!!!