08/05/2009

Anormal

Quantas vezes por dia não ouvimos a palavra “anormal”? Quantas vezes não ouvimos (ou dizemos) “aquele gajo é um anormal”, “somos todos anormais”, “tu és anormal”, “eu sou anormal” ou até mesmo um mais rebuscado “tá aqui uma anormalidade qualquer”. Utilizamos o termo “normal” muitas vezes e não nos interrogamos sobre as implicações que envolve este estereotipo (assim como acontece quando utilizamos outro adjectivo qualquer). Não acredito que adiante de muito interrogarmo-nos sobre tais implicações, no entanto, também fazemos muitas coisas e pensamos sobre muitas coisas que não adiantam de nada, por isso tou-me a cagar.

Ora... o que classificamos nós um comportamento normal? Seria um comportamento da maioria. O que a maioria acredita que é normal, torna-se quase verdade absoluta e resta desta forma rotular as minorias de anormais (fora do normal). Óbvio que quando empregamos o termo “anormal” para insultar alguém, não estamos muito interessados nas “éticas”.

Como podemos nós achar “normal” dizer tantas barbaridades todos os dias? É porque a maioria o faz.

Os valores são definidos pela quantidade de discípulos e não pela qualidade - a democracia é mesmo assim. A sociedade é de massas e são as massas normais, que vão definindo os padrões de anormalidade para as minorias. São as massas que dizem o que é o bem e o que é o mal, o que é o verde e o que é o castanho, o que é doente e o que é saudável, o que é a verdade e o que é mentira. E arrastam mais uns quantos pobres de espírito atrás.
Escrito por Twiggy